quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O Haver

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
-Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.
Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.
Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Abraço de urso!

Aquele abraço apertado,
cheio de energia,
que nos envolve e às vezes
chega a nos tirar o ar.
Naqueles dias em que
a gente não consegue botar pra fora,
e está lá se auto-reprimindo na concha,
esse abraço faz com que
o novo ar possa entrar na gente...

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

The Oscar goes to...

Uma noite repleta de prêmios; ganhei todos!

Não...não me vejam com o ego inflado, não me considerem uma egocêntrica sem causa.
Por favor, não façam mal juízo de mim!
Deixe-me primeiro contar minha história.

"A história sem fim":

Tudo começou com o n° 1...um número que enche de ânimo, que é sinônimo de começo, no meu caso, recomeço, um n° que te faz pensar positivo.

Do n° 1 segui andando até chegar no 13. Aí começou o problema...Ninguém havia me dito que esse número iria me trazer tantas descobertas. Logo eu, que não sabia lidar com as diferenças. Tive que aprender da forma mais dolorosa que podia. Afinal, existia um prêmio em jogo: Meu sonho!

O caminho foi longo, cheio de atrito. (lembrei de um texto agora, tive contato com ele no momento que mais precisei, o final sugere: ATRITE-SE, eu levei a sério esse conselho).

Acabei descobrindo mais em mim do que imaginava!

Descobri que eu prefiro mesmo as coisas do meu jeito.
Descobri que nem sempre isso é um defeito.
Decobri enfim, o conceito do curso que eu amo.
"Comunicação não quer dizer necessariamente se comunicar, se o outro não compreender o que vc está querendo dizer, todo seu esforço não adiantou nada e a comunicação não aconteceu".
Descobri que a interpretação ocupa um papel fundamental nesse processo.
Descobri que não importa o quanto vc se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam, pois é fui obrigada a concordar com Willian Shakespeare.
Descobri que trabalhar em grupo é muito mais desafiador do que parece.
E que num trabalho assim, vc precisa ser muito mais competente do que no individual.
Descobri que ser profissional é ser útil e ser talentoso é ser providencial.
Descobri que a vitória chega para todo mundo que lutou, de maneiras diferentes...mais chega, tudo depende de como vc encara.
Descobri que as pessoas surpreendem sempre.
Descobri que a paciência é uma virtude (minha vó já me dizia, mas só agora eu aprendi).
Descobri muita coisa nessa trajetória rumo ao "prêmio" tenho certeza que continuarei as descobertas.
Mais graças a tudo que passei, a noite da recompensa foi MINHA.
Graças a minha torcida, a todos aqueles que acreditam em mim.
Graças à alguns membros do "13" que souberam fazer a diferença.
Graças a minha maneira de compreender que chegar ao topo não depende da quantidade de troféus que se pode receber. Mas sim, simplesmente do fato de estar ali...na briga.
Depende das condições de luta, de tudo que se passou para chegar até lá.
A superação já é uma conquista...sendo assim nessa noite, eu consegui chegar ao topo.
Levei todos os prêmios que mereci, o principal deles, foi a minha capacidade de encarar a próxima luta de frente, com todos os atributos que carregam uma verdadeira
VENCEDORA!!!
Não posso esquecer destes seis prêmios de valor INENARRÁVEL que toda essa trajetória me deu!
***

***Inenarrável: Que não pode ser narrado, contado; extraordinário, indescritível, indizível.


Não preciso dizer mais nada!!!



P.S: Na verdade são sete,
pq tá faltando uma de minhas jujubas na foto!

Ninguém muda ninguém;
ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros.
Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.

Somos transformados a partir dos encontros,
desde que estejamos abertos e livres
para sermos impactados
pela idéia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras
que estão na nascente de um rio,
e as pedras que estão em sua foz?
As pedras na nascente são toscas,
pontiagudas, cheias de arestas.

À medida que elas vão sendo carregadas
pelo rio sofrendo a ação da água
e se atritando com as outras pedras,
ao longo de muitos anos,
elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
A observação mais importante é constatar
que não existem sentimentos, bons ou ruins,
sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir
um relacionamento próximo com o outro,
é não crescer, não evoluir, não se transformar.

É começar e terminar a existência
com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás,
vejo que hoje carrego em meu ser
várias marcas de pessoas
extremamente importantes.

Pessoas que, no contato com elas,
me permitiram ir dando forma ao que sou,
eliminando arestas,
transformando-me em alguém melhor,
mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvidas,
com suas ações e palavras
me criaram novas arestas,
que precisaram ser desbastadas.

Faz parte...
Reveses momentâneos
servem para o crescimento.
A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais profundo,
ainda nessa análise.
Começamos a jornada da vida
como grandes pedras,
cheia de excessos.

Os seres de grande valor,
percebem que ao final da vida,
foram perdendo todos os excessos
que formavam suas arestas,
se aproximando cada vez mais de sua essência,
e ficando cada vez menores, menores, menores...

Quando finalmente aceitamos
que somos pequenos, ínfimos,
dada a compreensão da existência
e importância do outro,
e principalmente da grandeza de Deus,
é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?
Sabemos quanto se tira
de excesso para chegar ao seu âmago.

É lá que está o verdadeiro valor...
Pois, Deus fez a cada um de nós
com um âmago bem forte
e muito parecido com o diamante bruto,
constituído de muitos elementos,
mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade,
a de amar...
Mas temos que aprender como.

Para chegarmos a esse âmago,
temos que nos permitir,
através dos relacionamentos,
ir desbastando todos os excessos
que nos impedem de usá-lo,
de fazê-lo brilhar

Por muito tempo em minha vida acreditei
que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido,
ter e provocar raiva,
ignorar e ser ignorado
faz parte da construção do aprendizado do amor.

Não compreendia que se aprende a amar
sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...
os superando.
Ora, esse sentimentos simplesmente
não ocorrem se não houver envolvimento...

E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final: ATRITE-SE!
Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Nós somos cisnes, não patos!

A experiência é, como disse lindamente Pedro Nava, um carro com os faróis voltados para trás. Este texto é uma meia-culpa.
Nesses últimos 40 anos, cobertos com competência pelo caderno, nós, publicitários, construímos coisas grandes e belas. Juntos fizemos o país gostar de propaganda. E fizemos a propaganda brasileira ser admirada no mundo. O povo brasileiro gosta de propaganda. E gosta da nossa propaganda. Tornamos os publicitários conhecidos e respeitados. Participantes da vida do país. Famosos além do muro da propaganda.

Entretanto, de alguns anos para cá, deixamos alguns mauricinhos, em seus ternos engravatados, tentarem tornar suas verdades cinzas em verdades nossas. E tentam tornar essas meias-verdades em verdades absolutas. Lero-lero do tipo: "Só no Brasil o publicitário tem a importância que tem". Mentira. Lord Saatchi é publicitário. Virou Lord, tem uma das maiores coleções de arte do Reino Unido. E é parte atuante do stablishment inglês.

Assim como Sir Martin Sorell é hoje. E como Sir David Ogilvy foi no passado. Assim como Jacques Seguela tem participação atuante na política francesa. E James Carville é figura conhecidíssima nos Estados Unidos. Todos com visibilidade, programa de TV, livro. Dizendo coisas geniais ou pisando no tomate como todos nós mortais.

Mas, de tanto ouvir essas nulidades repetindo que nossas gravatas são extravagantes, que aparecemos demais, que somos barbies, estamos jogando na retranca. E, com medo disso, ao preenchermos a ficha do hotel, nos denominamos empresários. Falamos agora todos iguais. Nos vestimos todos agora tom sobre tom. As nossas respostas são todas respostas de miss.

Está na hora de esse mercado ser um pouco mais ele mesmo. Estão faltando frescura, frivolidade, charme. É preciso ter pertinência, consistência, responsabilidade, mas não é preciso ser tão chato. Propaganda é uma atividade de artista. É uma indústria séria como o cinema. Mas é também uma arte.

É uma arte cara, feita por pessoas especiais. Meio malucas. Não são patos. São cisnes.

Que tiram idéias grandes de coisas banais. Que tornam um produto uma marca. E que fazem fortuna para os outros. E que têm de ser, portanto, reconhecidos, bem pagos e ouvidos nessa sociedade como Isay Weinsfeld, os Irmãos Campana ou Fernando Meirelles. E, se não são especiais, se não são interessantes, se não têm idéias inusitadas, não são publicitários. E, portanto, não merecem as regalias, a visibilidade e nem serem ouvidos. Mas não podemos deixar os comuns tentarem nos envergonhar de termos nascidos diferentes.

Não seja um publicitário enrustido, amigo. Vamos lá. Vamos sair do armário. Sim, mãe. Sim, pai. Eu sou publicitário. Carrego dentro de mim essa gravata com estampa. Sim, eu tenho esse ego que dizem que é de publicitário (mas que aparece também em médicos, políticos, engenheiros, arquitetos, atores de cinema). E, apesar dessa meia vermelha, eu pago meus impostos e faço o país crescer. Gero empregos, fabrico riquezas e divisas. Sim, eu sou publicitário. Gosto de coisas com design, amo trocadilhos e frases de efeito. Mas os monges também têm seus jargões e seus tiques.
E, pelo fato de ser um cisne, não vou passar a vida me fantasiando de pato. Só para que os patos de nascença se sintam melhor. É claro que um texto como esse é um prato cheio para o rancor, para a lição de moral. Para os torquemadas que usam a falsa humildade para lançarem pensamentos diferentes na fogueira.

Mas vamos lá, meus amigos. Chega de bancarmos os empresários. De tentarmos ser low-profile que nem banqueiros. Que os banqueiros sejam banqueiros, que os empreiteiros sejam empreiteiros e que nós sejamos nós. Artífices da palavra, espíritas de idéias. E, por sermos assim diferentes, a Rainha nos batizará como Lords. O povo cantará nossas músicas e contará nossos filmes.

Sejam os publicitários como o nosso companheiro, o jornalista Roberto Marinho, foi sempre: jornalista Roberto Marinho. E, sendo jornalista e apaixonado por seu ofício, construiu um império. Não, esse mercado não pode ser tomado por mauricinhos que não fazem anúncios. Só fazem lobby. Que ficam puxando o saco de empresários e imitando esses empresários como replicantes.

Nós somos o inconformismo. A voz da New Age. Os filhos de Aquários.

Nós somos, perante a indústria e o comércio, a voz dos jovens, do povo. Nós somos o novo, o imprevisível, o diferente. Perante o banqueiro sisudo, o empresário que vive preso no seu escritório, no seu universo, no seu mundo, nós somos a voz das bichas e dos chapados.

Nós somos o ponto de interrogação nas organizações. A contramão. A provocação.

E, se deixarmos de ser isso, nosso espaço nessa sociedade será nenhum. Como aqueles que tendo nascido cinzas, chatos e mauricinhos querem. Que fiquemos todos iguais para sermos patos como eles.



Nizan Guanaes
Presidente Africa Propaganda

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A certeza de ter você sempre por perto, melhora minha vida!


"Maria, Maria, é um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, maria, é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria, mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida"



A paixão por esse nome, começou bem cedo;
posso afirmar que ainda no ventre eu já amava uma "Maria"

Depois a vida me apresentou uma outra...
figura ímpar.
Que deve ter nascido só pra me aturar.
Pq meu carinho e admiração, ultrapassa os limites da normalidade.

Aí eu ligo (*horas a fio), desabafo, peço conselhos, abuso mesmo, declaro meu amor por ela...e ainda acho pouco.
Também acho pouco ser tão parecida (quem dera o nariz tb fosse)
Mas algumas manias e o fato de atacar de loira vez ou outra só para contrariar nossa morenice, são as mesmas, não me resta dúvidas!

É por isso que ela é minha Maria José, e eu sou a eterna Maria Balão dela :P

domingo, 19 de agosto de 2007


Quando chego em casa,
Molly sorri
Com o alvorecer,
Molly sorri
E ela irradia um brilho por todo seu halo
Quando ela brinca,
Molly Sorri
Em um dia de verão,
Molly sorri
Um novo dia,
Molly sorri

A garotinha do papai
Coloca um lacinho no meu coração
A criancinha do papai
Da adeus à maré que vem pra me levar
Embora estejamos separados
Ela é parte de mim

Molly sorri com o alvorecer
Molly sorri
E ela irradia um brilho por todo seu halo
Quando ela brinca,
Molly sorri
Em um dia de verão,
Molly sorri
Um novo dia,
Molly sorri

Quando os dias vão indo ruins
Nada está errado quando Molly sorri.

(Molly Smiles, tradução)

Assim seja!

"Assim diz o Senhor ao seu ungido... Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortos; abrirei as portas, e despedaçarei os ferrolhos de ferro, e te darei os tesouros das escuridades, e as riquezas encobertas"
(Isaías 45:1-3)
Cleo, obrigada por ser tão essencial em nossas vidas!

Apenas começamos!

"O que faz a gente ser grande é não perder o futuro de vista. É chegar a um porto, fincar a bandeira da conquista e, nesse mesmo instante, começar a buscar outros portos. É criar desafios, calcular riscos, avançando sempre. Porque a grande aventura é viver! E a vida, assim como as ondas, tem um jeito diferente de se repetir, de prometer descobertas e abrigar todos os tipos de sonhos e embarcações. O que faz a gente ser grande é ser como o mar: incansável na sua busca pela onda perfeita. Até descobrir que a perfeição está na própria busca."




Toda história tem um final.
Mas, na vida cada fim é apenas um novo começo!

(Filme Grande menina, Pequena mulher)

sábado, 18 de agosto de 2007

Sei lá, a vida tem sempre razão!

"Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída
Como é por exemplo que dá pra entender
A gente mal nasce e começa a morrer
Depois da chegada vem sempre a partida
Porque não há nada sem separação
Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, Sei lá
A vida tem sempre razão
A gente nem sabe que males se apronta
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe
E o sol que desponta tem que anoitecer
De nada adianta ficar-se de fora
A hora do sim é o descuido do não
Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
Só sei que ela está com a razão"

(Vinícius de Moraes)



Tudo começou assim:
Um rapaz e seu violão, uma moça linda, tão linda.
A moça era a nora dos sonhos de toda mãe.
O rapaz era cabra valente, desses que derruba a onça no grito.
Ele só não sabia que a moça era mais fera que onça.
Ela amarrou o valentão no laço.
Esse rapaz, meus caros amigos, passou a só querer saber de tocar seu violão
para a moça.
Casou-se com ela e foram felizes para sempre.
(...)
Diz a lenda que o sorriso dela é encantado.
Eu, que nem em lenda acreditava, posso garantir que ESSA é de verdade
Porque essa moça eu conheço bem, ela também me enfeitiçou com seu sorriso!
E hoje, até eu...me derreto de amores por ela!



"Boa noite, tô dizendo boa noite
Saia ao menos na janela
Eu tô tocando pra você, você, você, você
Vá dormir, vá sonhar com os anjinhos
Amanhã acorda cedinho
Que Deus olhe pra você, você, você, você
Como os rios querem peixes
Os peixes querem o mar
Eu quero você
Somente para amar, amar, amar..."
(by, o rapaz do violão)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

Olavo Bilac

Deixa o menino jogar ô iaiá (...)


O valor de um amor não se pode comprar
Onde estará a fonte que esconde a vida
Raio de sol nascente brotando a semente
Os anos passam sem parar
E não vemos uma solução
Só vemos promessas de um futuro que não passa de ilusão
E a esperança do povo vem da humildade de seus corações,
Que jogam suas vidas seu destino nas garras de famintos leões

Deixa o menino jogar ô iaiá
Deixa o menino jogar ô iaiá
Deixa o menino aprender ô iaiá
Que a saúde do povo daqui
É o medo dos homens de lá
Sabedoria do povo daqui
É o medo dos homens de lá
A consciência do povo daqui
É o medo dos homens de lá

O valor de um amor não se pode comprar
Onde estará a fonte que esconde a vida
Raio de sol nascente brotando a semente
Sinhá me diz porque é que o menino chorou
Quando chegou em casa e num canto escuro encontrou
A sua princesa e o moleque fruto desse amor
Chorando de fome sem saber quem o escravizou.



quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá!


***


"Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda
Quanto mais eu...Ciumenta, exigente, insegura, carente
Todo cheia de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese...
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor".
(Mário Quintana)
Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
(Carlos Drummond de Andrade)
Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio.
Foi então a margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
- Mestre, deve estar doendo muito! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu: - Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

***Um desenho de criança corrigido por um louco!

Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim: um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando:"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei à praça do mercado,um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!". Olhei para cima, pra vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: "Benditos, bendito os ladrões que roubaram minhas máscaras!"Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.********

Hoje eu sou um poema!


"Vou lembrar de um tempo onde eu via o mundo azul"


"Publicitário não tem memória, tem repertório".

Brindo a casa, brindo a vida, meus amores, MINHA FAMÍLIA (...)


Amor indissolúvel, infinito e incondicional...

Minha eterna fonte de inspiração.
Fonte que não seca...
transborda!

Enquanto houver amizade...

Pode ser que um dia deixemos de nos falar,
Mas, enquanto houver amizade, faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe.
Mas, se a amizade permanecer, uma da outra há de se lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos.
Mas, se formos amigas de verdade, a amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos.
Mas se ainda sobrar amizade, nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe.
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente
Cada vez de forma diferente, sendo único e inesquecível cada momento
que juntas viveremos e nos lembraremos para sempre.

Well, well, well

Gabriel...


Chega de saudade


Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece, que ela regresse porque não posso mais sofrer
Chega de saudade...a realidade é que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas, se ela voltar, se ela voltar que coisa linda! Que coisa louca!(...)
Dentro dos meus braços, os abraços hão de ser milhões de abraços apertado assim,
colado assim, calada assim, abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar esse negócio de você viver sem mim...

Para viver um grande amor

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor. Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor. Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor. Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor. Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor. É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor? Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor. Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.